As melhores histórias de inspiração e sabedoria, parte 1

Na pratica de coaching, as histórias e as metáforas representam uma ferramenta poderosa para estimular a inspiração, despertar o poder interior, acessar a sabedoria e transformar vidas. Separamos as melhores para você poder refletir: “As rãs e a tigela de nata”, « O fazendeiro taoista » e « O pescador sábio”.

As rãs e a tigela de nata

E ra uma vez duas rãs que caíram numa tigela de nata. Elas começaram a afundar: era impossível nadar ou boiar naquela massa como areia movediça. As duas mexiam as pernas tentando chegar à borda, mas só conseguiam espirrar creme, afundando mais. Sentiam que era cada vez mais difícil respirar.

Uma delas falou: “Não adianta. É impossível sair daqui. Não consigo nadar neste líquido pegajoso. Já que vou morrer mesmo, para que prolongar a dor? Não vejo sentido em morrer extenuada por um esforço inútil.” Então ela parou de bater as pernas e afundou de vez.

A outra rã, mais persistente, disse a si mesma: “Não tem jeito! Não dá para sair daqui. Mas já que a morte está chegando, vou lutar até ficar sem fôlego.” E continuou batendo as pernas sem sair do lugar, sem avançar um centímetro, por horas a fio.

E assim, depois de tanto mexer a massa, a nata virou manteiga. A rã, surpresa, deu um pulo, foi patinando até a borda da tigela, e saiu coaxando alegremente de volta para casa.

O fazendeiro taoista

U m fazendeiro tinha apenas um cavalo. Um dia esse cavalo fugiu. Os vizinhos vieram consolá-lo por sua perda terrível. O fazendeiro disse: “O que faz vocês pensarem que é tão terrível?”.

Um mês depois, o cavalo voltou para casa – desta vez trazendo consigo dois belos cavalos selvagens. Os vizinhos tornaram a animar-se com a boa sorte do fazendeiro: “Que sorte ! Que cavalos lindos e fortes!”. O fazendeiro respondeu: “O que faz vocês pensarem que é boa sorte?”.

Alguns dias passaram e o filho do fazendeiro quebrou a perna, caindo de um dos cavalos selvagens. Todos os vizinhos ficaram muito angustiados: “Que má sorte!”. O fazendeiro retorquiu: “O que faz vocês pensarem que é ruim?”.

Semanas depois, a guerra chegou. Todos os homens da aldeia foram recrutados, menos o filho do fazendeiro, porque estava com a perna quebrada. Os vizinhos felicitaram mais uma vez o fazendeiro. “O que faz vocês pensarem que isso é bom?” replicou ele mais uma vez.

O pescador sábio

Um empresário americano em férias no México estava no pier de uma pequena aldeia costeira, quando um pequeno barco, com apenas um pescador, parou ao seu lado. Dentro do barco estavam alguns atuns grandes e com aparência muito saudável.

O Americano elogiou o Mexicano sobre a qualidade dos peixes e lhe perguntou quanto tempo havia levado para pescar todos eles. O Mexicano respondeu: “Não muito, Señor, eu fiquei no meu barco apenas algumas horas.” O Americano, um tanto perplexo, disse: “Você, obviamente, é um bom pescador, e estes peixes estão com aparência muito saudável. Então por que não ficar fora por mais tempo e pegar um pouco mais?”

O Mexicano riu: “Por que eu iria querer fazer isso, Señor? Ganho dinheiro suficiente para mim e minha família. Eu não preciso pescar mais peixes.” O americano então perguntou: “Mas o que você faz com o resto do seu tempo?” O pescador respondeu: “Eu sou completamente livre para fazer o que eu quiser. Eu brinco com meus filhos, tiro uma siesta com minha esposa, passeio na aldeia todas as noites onde eu saboreio vinho e toco violão com meus amigos. Eu tenho uma vida plena e gratificante, Señor.”

O Americano zombou, pegando seu cartão de visita: “Ah, você pode pensar assim agora… Eu sou graduado da Harvard em gestão de negócios e vou explicar como posso te ajudar. A maneira que eu vejo: você deve passar mais tempo pescando todos os dias, e com o lucro que você conseguir, pode comprar um barco maior. Depois de algum tempo você poderia vender o barco maior e comprar vários barcos, e, eventualmente, você teria sua própria frota. Precisaríamos contratar mais pescadores, é claro, mas não se preocupe. Eu sei exatamente qual pessoa pode nos ajudar a recrutá-los.”

“Em poucos anos, o Americano continuou, você iria abrir sua própria indústria. Dessa forma, você iria controlar o produto, o processamento e a distribuição. É claro que você precisaria deixar esta vila e mover-se para, digamos, a cidade do México. Precisaríamos aumentar o seu perfil no mercado, você entende. De lá, você provavelmente iria se mudar para Los Angeles e, eventualmente, para Nova York, onde você poderia controlar o seu sucesso e expansão do negócio.”

O pescador mexicano ponderou: “Mas, Señor, quanto tempo vai levar tudo isso?” O Americano avaliou: “Em torno de 15 a 20 anos.” O pescador, mais uma vez, perguntou: “E depois ?” O Americano riu: “Essa é a parte realmente inteligente. Quando chegar o momento certo, você poderia flutuar a empresa no mercado de ações, vender suas ações ao público e tornar-se muito rico. Ganharia milhões!”

“Milhões, Señor”, disse o pescador, coçando o queixo. “E depois, o que então?” O americano continuou: “Bem, eventualmente, você seria capaz de se aposentar como um homem rico, e escolher exatamente a vida que você quiser para você e sua família. Por exemplo, você poderia mudar-se para uma pequena vila de pescadores do litoral. Você seria completamente livre para fazer o que quiser. Você poderia jogar com seus filhos, tirar uma siesta com a sua esposa e passear na vila cada noite, onde poderia saborear o vinho e tocar violão com seus amigos. Você poderia ter uma vida plena e gratificante.”

O pescador pensou por um momento e concluiu: “Obrigado pelo conselho, Señor, mas se não se importa, acho que vou economizar 15 anos, e ficar exatamente onde eu estou!”

Steven Anthony, psicologo, life coach e terapeuta Dicas escritas por Steven Anthony, Life Coach, Psicólogo e Terapeuta da Life Terapias (Guarujá, SP). 

Artigo original: www.lifeterapias.com.br