10 mitos sobre Espiritualidade

Muitas pessoas preferem renunciar a uma prática espiritual sincera por acreditarem que trilhar o caminho do despertar significa exilar-se da civilização e mudar drasticamente de vida. Errado! Reunimos os 10 mitos mais comuns para convencê-lo de que qualquer um pode tornar-se espiritualizado levando uma vida normal.

Antes de tudo, é essencial definir o que é espiritualidade. Segundo a Wikipédia, seria a “propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de um sentido de conexão com algo maior que si próprio”.

Para mim, a espiritualidade vai muito além de uma busca por significado: é uma conexão com o universo, um desejo de evolução pessoal em todos os aspectos da vida através do (auto)conhecimento, do desenvolvimento de valores universais (amor, compaixão, bondade, paciência…) e da paz interior, entre outros.

Vale a pena ressaltar que a espiritualidade não é de maneira alguma vinculada a religiões.

1. A espiritualidade é séria e chata

Cuitos acham que a espiritualização acaba com as risadas, a descontração, a diversão e o bom-humor. Esse mito está presente em quase todas as práticas religiosas.

Porém, a seriedade nunca foi um pré-requisito para uma verdadeira conexão com o divino ou com o seu ser interior. Longe disso! Quando você dá gargalhadas sinceras, o coração se abre, o corpo relaxa, você troca energias com o grupo e irradia alegria.

Se você é uma pessoa alegre e extrovertida, continue sendo você mesmo na sua busca. Se você é mais sério e reservado, pode permanecer do seu jeito também. A espiritualidade não exige nenhuma postura ou traço de caráter.

2. Só pessoas infelizes buscam espiritualidade

As pessoas podem, inicialmente, ser atraídas para práticas espirituais devido à infelicidade, ao sofrimento, à pobreza ou à ausência de soluções para os problemas. Mas a busca da espiritualidade não é vinculada ao estado mental, classe social ou condição financeira da pessoa. E uma chamada universal para todos: ricos, pobres, felizes, infelizes. 

Assim, mesmo seres com uma existência muito próspera podem experimentar ainda mais felicidade e significado com a descoberta da espiritualidade, por meio do desenvolvimento de sabedoria, força emocional e outras qualidades essenciais para suas vidas.

3. A espiritualidade não é apoiada por qualquer evidência científica

A ciência é limitada em seu campo de estudos… por enquanto. Como provar que algo maior que você existe, que a realidade não se limita ao que os olhos percebem? Aliás, ninguém conseguiu até hoje demostrar se Deus existe ou não!

No entanto, muitos estudos científicos têm comprovado os efeitos positivos de uma prática espiritual ou religiosa, tanto para a saúde física quanto para a mente.

Os benefícios da oração, da meditação, da prática da bondade, da estimulação do cérebro através de novos aprendizados, para citar apenas algumas práticas comuns na espiritualidade, já foram amplamente documentados pelos pesquisadores do mundo inteiro.

4. É necessário seguir um mestre espiritual ou uma doutrina específica

Na espiritualidade, você não precisa seguir nenhum mestre ou doutrina para encontrar o caminho até o seu coração, para conectar-se com o seu ser profundo ou para descobrir um significado em ajudar outras pessoas.

Os mestres espirituais são os seres humanos que podem te apontar na direção certa. Mas eles não podem trilhar o caminho por você, nem dar-lhe o que você está procurando. O máximo que você pode esperar é uma ajuda no direcionamento.

Não há o menor problema em identificar-se com vários mestres espirituais ou práticas religiosas. Pelo contrário: uma mente aberta possibilita que você aproveite o melhor de cada uma.

[bctt tweet=”A espiritualidade serve para encurtar a distância entre nós e o resto do mundo…” via=”no”]

5. A espiritualidade não desempenha nenhum papel na vida profissional ou corporativa

Quando você age de acordo com preceitos espirituais dentro do ambiente de trabalho, ganha respeito dos colegas. Uma pessoa equilibrada, que faz o bem tanto quanto possível, torna-se um exemplo a seguir.

A maioria das empresas é guiada pelo egoísmo e pela ganância – efeitos colaterais do capitalismo selvagem. Porém uma empresa com valores espirituais, que respeita os clientes, os colaboradores e o planeta, que participa do desenvolvimento e deseja o bem-estar da sociedade, torna seus dirigentes e colaboradores mais felizes e sua reputação melhor, gerando um ambiente corporativo saudável e resultados excelentes em termos de produtividade e satisfação.

6. As pessoas espirituais são superiores às outras

Às vezes, a ideia de “estar em uma jornada espiritual” pode ser mal interpretada como se fosse a adesão a uma sociedade secreta, um clube de campo exclusivo. As pessoas dentro do clube são “os escolhidos” no caminho verdadeiro, aqueles de fora não. De fato, ninguém pode julgar-se superior a ninguém.

E não existe (ainda?) nenhuma Verdade universal e absoluta. Nossa conexão com a espiritualidade serve para encurtar a distância entre nós e o resto do mundo, não para nos distanciar dele.

7. Se você é espiritual, estará em êxtase o tempo todo

Ser espiritualizado não significa correr pelos campos de lírios vestindo branco ou sorrir o dia inteiro como se nada mais importasse, nem tampouco ter a consciência tão expandida a ponto de passar toda a sua existência mergulhado em um universo de alegria.

Pesquise sobre algumas figuras verdadeiramente espirituais da história recente: Madre Teresa, Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, o Dalai Lama… Eles parecem mesmo em êxtase o tempo todo, sem qualquer dificuldade em suas vidas?

Na verdade, os momentos de êxtase (como o Nirvana do budismo) são extremamente raros. Já os sentimentos de paz interior e de conexão a uma força universal são mais frequentes. Porém, a realidade da matéria sempre chama mais forte!

A espiritualidade não imuniza ninguém contra as misérias do quotidiano. Cada um, mestre espiritual ou não, tem suas lutas, seus problemas, seus sofrimentos, suas decepções. Isso é inerente ao ser humano e não pode ser suprimido por nenhuma prática espiritual.

8. Espiritualidade significa abrir mão de toda a diversão na vida: sexo, comida, festas…

Durante milênios, as religiões impuseram a seus seguidores uma vida de renúncias e restrições para alcançar a salvação ou a iluminação. Este é um caminho válido, mas não o único.

Realmente é necessário entregar-se a momentos de silêncio e solidão para trilhar o caminho espiritual. Mas que sentido há em renunciar à diversão, que faz parte da vida da mesma maneira que o amor? O mundo físico pode ser a ferramenta mais poderosa para encontrar a libertação e o sentido da vida, por que não?

Que se entenda de uma vez por todas: devorar meio quilo de picanha, torcer pelo seu time favorito, assistir a um filme de guerra, dançar na balada ou ter fantasias com o parceiro não torna ninguém um ser menos espiritual! O importante é fazer tudo isso com moderação, respeito a si mesmo e ao próximo e com plena consciência de seus atos.

9. Os mestres espirituais são perfeitos

Os mestres espirituais e autores de sabedoria são tão humanos quanto você. Acreditar na sua perfeição absoluta é tão ilógico quanto exigir do seu médico que ele nunca fique doente.

Eles também são seres humanos, com os seus problemas, os seus conflitos, as suas provas e as suas emoções.

10. Espiritualidade significa distanciar-se da família e de suas responsabilidades

Você pode responder ao chamado interno fugindo da civilização para prosseguir em sua busca, passando o dia em silêncio e meditação nas montanhas do Tibet. Ou pode responder ao chamado onde você está agora, mantendo ao seu redor todas as pessoas importantes na sua vida.

Muitas vezes, o segundo caminho é o mais difícil. Porém, ao mesmo tempo é o mais eficiente, pois obriga você a lidar com todos os aspectos da natureza humana e a manter o contato com suas referências pessoais durante sua busca.

Não existe uma forma única de espiritualidade: há tantas maneiras de buscá-la quanto há indivíduos no planeta. Cabe a você escolher a que mais se adapta à sua vida.

Steven Anthony, psicologo, life coach e terapeuta Dicas escritas por Steven Anthony, Life Coach, Psicólogo e Terapeuta da Life Terapias (Guarujá, SP). 

Artigo original: www.lifeterapias.com.br